A exposição contém fotos que fazem parte de minha pesquisa realizada na Ilha de Marajó, no trajeto entre os municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari. Nas fotografias não há figuras humanas, porque o objetivo é apresentar características do modo de vida das pessoas no ambiente.
A proposta é mostrar através das fotografias a natureza e a cultura existente nesse espaço social e apontar o humano através daquilo ele produz. A presença está nas coisas criadas, inventadas que possibilitam a vivência no local.
São características da arquitetura, como casa, cercas, currais e portos de embarques, bem como, a canoa que serve para deslocamento, principalmente, no período da cheia.
A maior parte das construções arquitetônicas da área representa uma relação do trabalho com o manejo de gado (bovino, equino, bubalino e outros). Essa área é eminentemente de criação de gado, em que os trabalhadores desenvolveram, historicamente, a cultura da pecuária.
Os animais presentes na fotografia são resultados do processo de humanização do ambiente. O gado veio para o local para servir de consumo na alimentação e para o transporte de pessoas, produtos e mercadorias. Ele é parte da cultura do grupo que chegou à região e trouxe-o como elementos da dieta alimentar e do meio de transporte praticado anteriormente no outro ambiente.
A pesquisa foi realizada no mês de dezembro de 2012, período de seca quando é possível transitar pelo campo em transporte automotor. No período da chuva a maioria da área fica intransitável, sendo melhor circular através de embarcações.