Samuel Maria de Amorim e Sá. Antes de ser antropólogo, um ser humano, como um dia o ouvi afirmando. Também é metodólogo, porque diz ele que nestes tempos ter mais de um emprego pode ser interessante. Traz em sua bagagem acadêmica e cultural quase cinquenta anos de Antropologia na Amazônia, onde iniciou sua carreira na graduação em Ciências Sociais na UFPA. Neste período, foi bolsista orientado pelo Dr. Eduardo Galvão no Museu Paraense Emílio Goeldi e aluno do Prof. Dr. Orlando Sampaio e Silva. Depois, seguiu para o Rio de Janeiro, onde especializou-se em História Oral e trabalhou na Fundação Oswaldo Cruz. Estudou na Bélgica e na década de 70 foi convidado pelo Dr. Charles Wagley para cursar o mestrado e doutorado em Antropologia na Universidade do Sul da Flórida, campus de Gainsville (EUA), tornando-se, então, o primeiro antropólogo amazônida a realizar uma formação de pós-graduação strictu sensu completa fora do Brasil e posteriormente retornar a região para trabalhar. Sua tese de doutoramento versou sobre o processo de adaptação cultural e as barreiras vivenciadas pelos pós-graduandos brasileiros nos Estados Unidos. Este não foi o seu primeiro estudo no campo da Antropologia da Educação, mas, sem dúvida, o mais denso. Estavam, então, abertas as portas para que ele fundasse o Projeto Extracurricular Temático (PET) em Ciências Sociais, grupo em que desenvolve um trabalho de “educação universitária”, principalmente entre os alunos de graduação da UFPA. Atualmente, continua colaborando com a formação de gerações de cientistas sociais. Aqui, nossa gratidão ao querido Professor Samuel.
Texto: Breno Sales