Arthur Napoleão Figueiredo exerceu diversas atividades de destaque na sociedade belenense. Bacharel em direito por formação, assumiu alguns importantes cargos públicos como o de titular vitalício de oficio de justiça da comarca da capital por concurso público realizado perante o TJ-PA, no entanto, o grande mérito foi o pioneirismo deste pesquisador que sem titulação de doutor tornou-se mito de origem dos estudos de antropologia na universidade federal do Pará, catedrático em etnologia e etnografia do Brasil na antiga faculdade de filosofia.
Na UFPA desenvolveu com maestria atividades de ensino pesquisa e extensão quando seus estatutos nem previam o desenvolvimento integrado dessas três áreas. Por conta disso, na década de 70, em meio à estruturação das pró-reitorias o Departamento de Antropologia, já representava vanguarda.
Como atividade de ensino, Napoleão Figueiredo se dedicou a formação um grupo coeso de alunos seguidores, entre os quais destaca-se, Anaíza Vergolino.
Definiu diversas linhas de pesquisa entre elas os estudos de religião. Seria possível afirmar que a antropologia urbana produzida no estado do Pará surgiu a partir da iniciativa deste já maduro professor e de sua jovem assistente. foram eles os primeiros a reconhecer como possível tema de investigação as religiões de matriz africana, desprezadas pela academia de ciência da década de 60.
Juntos elaboraram um projeto denominado “Batuques de Belém”, que deixou para posteridade além de preciosas etnografias, acervo áudio visual e museológico fruto das constantes incursões a campo.
O material coletado acabou se transformando em atividade de extensão. Para grupos sociais cuja história é contada “da boca para o ouvido”, a perecividade das palavras encontra nas peças etnográficas pedras da memória, de forma que ainda é possível escutar as vozes dos afro-religiosos paraenses afirmando que a sua história está dentro dos muros da universidade.
Aposentou-se em meados da década de 80 recebendo da UFPA (1964) diploma de Professor Emérito e medalha comemorativa dos 30 anos de criação da referida universidade (1988). Seu trabalho foi reconhecido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi que lhe conferiu diploma de Pesquisador Emérito MPEG/CNPQ e medalha dos 120 anos de fundação da instituição (1986). Faleceu em 1989 no mesmo mês que aniversaria (março), deixando uma longa linhagem acadêmica e uma prole de jovens herdeiros apaixonados pela ciência antropológica.
Texto: Taissa Tavernard de Luca
Juliana Cristina dos Santos Miranda, Analaura Corradi, Manuela do Corral Vieira e Danila Gentil Rodriguez Cal
página 38 a 52Líliam Barros, Marcos Jacob Cohen, Breno Barros, Rayssa Dias e Nathália Lobato
página 53 a 74Avelina Oliveira de Castro e Maria Angelica Motta-Maués
página 75 a 91Maria Lucia da Silva Coelho
página 92 a 114Ana Mabell Seixas Alves Santos e Fúvio Maurício Ferreira da Silva
página 115 a 144Marília Jardim de Figueiredo
página 145 a 162Evelyn Cristina Ferreira de Aquino e Thaís Luciana Corrêa Braga
página 163 a 185Alex Vailati
página 186 a 198Samuel da Silva Lima
página 199 a 220Pedro Olaia e Rosilene Cordeiro
página 221 a 241Uriel Nascimentos Santos Pinho e Regina Lúcia Alves de Lima
página 242 a 264Eliane Miranda Costa
página 265 a 284Ivânia dos Santos Neves, Camille Nascimento e Roberta Sodré
página 285 a 306Clélio Palheta Ferreira
página 307 a 329